
Na semana passada descrevemos o conceito (definição) de lesão muscular e seus três tipos de apresentação.
Essas lesões musculares podem ser identificadas pelos profissionais do esporte através da correlação anátomo-clínica.
Clinicamente as rupturas musculares cursam com dor (mialgia) contínua e perda de função. Os exames de imagem, como ultrassom e ressonância magnética, são suficientes na imensa maioria dos casos para estabelecer o diagnóstico.
Em raros casos, por exemplo, nas miopatias metabólicas (doenças primárias do músculo esquelético) é fundamental a realização da biópsia muscular (coleta microcirúrgica de um minúsculo fragmento muscular). Nesses casos a olho nu, macroscopicamente observa-se ao nível da ruptura a massa muscular com consistência tecidual amolecida e escurecida, devido à hemorragia. Sob microscópio a ruptura caracteriza-se histologicamente por apagamento da eosinofilia e necrose (morte celular) com reação macrofágica.
Essas alterações histológicas, nas lesões leves e moderadas, demoram 36 horas para aparecer.
Por essa razão, a dor muscular nas atividades físicas realizadas, sobretudo, por indivíduos não treinados é tardia, ou seja, não são imediatas.
Além disso, observa-se sempre centralizações nucleares (os núcleos celulares das fibras musculares localizam-se normalmente na periferia das células).
Essas centralizações significam o processo de regeneração contínua do músculo. O tecido muscular dos seres humanos renova-se completamente no espaço de sete dias!
Na semana que vem vamos falar sobre regeneração muscular e a meia- vida das principais proteínas envolvidas na contração muscular.
Até lá, um abraço.
Dr. Beny Schmidt.